2007-09-13

Nota de autor

A Escola Superior de Dança ocupa o Palácio Pombal (Séc.XVII) e um edifício fabril localizado nos antigos jardins do Palácio, edifícios que configuram um pátio reservado. Este será acedido pela entrada principal da Escola, na Rua da Academia das Ciências, atravessando o corpo do Palácio. Esta passagem existente será renovada e desobstruída das construções progressivamente adicionadas. No pátio, os alçados desconexos da antiga fábrica serão uniformizados com uma pele permeável à luz em ripado vertical de madeira, inflectindo para o alçado recuperado do Palácio Pombal. Um embasamento em aço corten fará a transição com o pavimento, incluindo portas de acesso ocultas para o interior das instalações da Escola e nave industrial. Dois Foyers serão concebidos – um foyer de recepção, branco, dotado de forte verticalidade, contém um corpo luminoso de escadas para o piso superior. Na sua continuidade, um foyer negro precede o acesso à Sala de Espectáculos, realizado através de uma parede de espelho ampliadora da profundidade. Ao entrar, a Sala, com capacidade para 140 pessoas, apresenta-se de cor vermelha sendo constituída por pórticos que formam com as linhas de cadeiras, um todo visual e uma unidade perspéctica com o palco. No interior da nave, a caixa “Box-d” revela-se num volume hermético de luz que a habita. Dela desprende-se um corpo metálico negro, dinâmico e invasor, uma escada e ponte, permitindo o acesso a espaços funcionais da Escola no piso sobrejacente e nos dois lados da nave à mesma cota. No piso superior encontram-se as infraestruturas de apoio, instalações sanitárias para o público e camarins. - A arquitectura proposta permite a dualidade funcional pretendida, articulando o normal funcionamento da Escola com a recepção de público exterior, adaptando-se aos usos sem esforço.